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Acerto em Pista Molhada
Acerto em Pista Molhada

ACERTO PARA PISTA MOLHADA

As preferências dos pilotos variam muito mais no molhado que nas condições secas. Onde um piloto preferir rolar muito suavemente pelas curvas com uma distribuição de freio muito neutro, outro preferirá usar a derrapagem nas curvas e de distribuição de freio traseiro pronunciado. A única medida geralmente aceita bem na chuva, é ajustar mais asa traseira normalmente para ter mais aderência nas acelerações. Também, é melhor ligar a ajuda de tração na chuva.

Pilotar em pista molhada é mais difícil do que no seco. Isso acontece porque os pneus têm muito menos aderência na superfície escorregadia da pista e, assim, qualquer problema durante o percurso adquire uma dimensão maior. A menor aderência faz com que menos peso possa ser transferido durante freadas, curvas e acelerações antes que o limite seja atingido. Isso força o piloto a frear mais cedo e com menos força, a fazer curvas em velocidades mais baixas e a acelerar mais suavemente na saída das curvas. Essa menor transferência de peso significa menos rolagem e inclinação da carroçaria. Significa também que o ajuste de molas, barras estabilizadoras e amortecedores para pista seca é excessivamente rígido para as cargas mais leves enfrentadas em pista molhada e isso torna o carro instável. Um ajuste para pista molhada é muito mais flexível no que se refere a molas, barras estabilizadoras e amortecedores para velocidade lenta. 

Além disso, a transferência de peso para a dianteira do carro é menor em pista molhada, de forma que o balanceamento de freios precisa ser deslocado para a traseira a fim de evitar que as rodas dianteiras travem nas freadas. As velocidades máximas são mais baixas no molhado, portanto o arrasto aerodinâmico tem menos importância. Isso permite que você ajuste o carro com maiores ângulos de aerofólio, a fim de obter mais pressão aerodinâmica e tentar aumentar a aderência disponível.

Quando o ajuste e o estilo de pilotagem produzem uma tendência a sair de frente em pista seca, os efeitos no molhado são mais pronunciados. Isso porque o limite de aderência do pneu dianteiro externo é atingido mais depressa em pista molhada. De forma similar, quando o carro tende a sair de traseira, o pneu traseiro externo também perde aderência mais cedo. Como resultado, você precisa ser mais cuidadoso com os freios e com os movimentos do volante. Como a enorme potência do motor não é alterada, o controle da aceleração torna-se o aspecto mais difícil da pilotagem em pista molhada. 

Um fator importante que influencia o desempenho em pista molhada é a escolha dos pneus. Há quatro tipos de pneus de chuva disponíveis: intermediário, duro de chuva, macio de chuva e de chuva forte. Nessa ordem, eles são capazes de lidar com níveis crescentes de umidade na pista. Isso é conseguido aumentando-se a quantidade de ranhuras no pneu, o que remove mais água da pista e permite que o pneu tenha um contato melhor com a superfície. O problema de aumentar as ranhuras é que a área efetiva de borracha que fica em contato com a pista é menor. Isso reduz a aderência do pneu quando a pista começa a secar, o que não é problema em sessões curtas de classificação, quando é possível escolher o tipo correto de pneu, mas pode facilmente afetar o resultado de uma corrida. 


 

PROGRAMANDO AS PARADAS NO BOX

Se já estiver chovendo antes da largada e tudo levar a crer que a chuva continuará pela maior parte da corrida, escolha um ajuste apropriado para pista molhada e um jogo de pneus de chuva para começar, e reavalie a situação em cada parada no boxe. Se o clima e as condições da pista mudarem, caberá a você julgar se será melhor voltar ao boxe e trocar de pneus para melhorar seus tempos (e arcar com o tempo perdido para fazer a parada), ou permanecer na pista e aguardar até a próxima parada programada. Você pode se decidir por uma solução intermediária, alterando sua estratégia de parada no boxe durante a corrida de forma a parar mais cedo do que programado inicialmente. O consumo de combustível é muito menor em pista molhada, portanto parar a intervalos maiores ou sair com uma carga mais leve de combustível são táticas possíveis.

Se a pista estiver molhada no início da corrida, mas você estiver confiante de que a chuva irá parar logo, use um ajuste para pista seca com pneus de chuva, mas tenha cuidado: o balanceamento de freios para pista seca dificultará o controle do carro no molhado. Quando a pista secar, troque para pneus de pista seca na primeira oportunidade. Isso lhe dará mais aderência na trajetória seca, mas lembre-se de que o desgaste dos pneus também aumentará. 

Se a pista estiver seca no começo da corrida, mas houver uma boa probabilidade de chuva para mais tarde, a escolha do ajuste é mais complicada. Se você escolher um ajuste para pista molhada e a chuva demorar para cair, você perderá terreno para os pilotos que estiverem com ajuste para pista seca. Caso se decida por um ajuste para pista seca e a chuva caia mais cedo, você ficará atrás daqueles que tiverem escolhido ajustes para pista molhada. A solução é fazer uma escolha e torcer para dar certo! De qualquer forma, comece a corrida com pneus para pista seca e troque para pneus de chuva numa oportunidade adequada depois que as condições da pista mudarem. 

A escolha dos pneus na largada e nas paradas no boxe deve ser apropriada para as condições do momento, a menos que você ache que uma mudança seja iminente. Tenha em mente que as condições da pista podem variar de uma parte para outra do circuito, devido a variações locais no nível de chuva. Isso é bastante comum em circuitos longos, como Spa.

Há outros problemas relacionados ao tempo chuvoso. A visibilidade ruim irá forçá-lo a contar com seu conhecimento prévio do traçado do circuito e a ficar atento a objetos de referência nas laterais da pista. Você terá de pensar com mais antecedência e manter um firme quadro mental da direção que deseja que o carro siga. As zebras ficarão mais escorregadias do que a superfície da pista e deverão ser evitados se você não quiser acabar na grama. E a grama estará lisa como gelo!

 

 By Luis Carlos Dantas Matias